Caros leitores,
O objetivo de criar este espaço foi ajudá-los a promover hábitos de vida saudáveis, com base nas minhas experiências, artigos científicos, sites relacionados, e entrevistas a profissionais de outras áreas da saúde, dependendo da temática abordada.
Gostaria de ressaltar que a construção de um hábito de vida mais saudável perpassa por todas as áreas da saúde e mais!! Qualquer pessoa está inserida num contexto mais amplo, que abrange tanto a área da saúde, quanto a área econômica, social, enfim! Portanto, espero conseguir "dar conta do recado", tentando abordar os temas através desta integralidade.
As questões são: O que seria um hábito saudável?! É difícil manter os hábitos adquiridos?!
Primeiramente, definamos saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde /OMS (ou World Health Organization), saúde seria:
"Health is a state of complete physical, mental and social well being and not merely the absence of disease or infirmity (WHO Constitution). 2. The extent to which an individual or a group is able to realize aspirations and satisfy needs, and to change or cope with the environment. Health is a resource for everyday life, not the objective of living; it is a positive concept, emphasizing social and personal resources as well as physical capabilities (Health Promotion: A Discussion Document, Copenhagen: WHO 1984). 3. A state characterized by anatomic, physiologic and psychological integrity; ability to perform personally valued family, work and community roles; ability to deal with physical, biologic, psychological and social stress a feeling of well-being; and freedom from the risk of disease and untimely death (J. Stokes et al. "Definition of terms and concepts applicable to clinical preventive medicine", J Common Health, 1982; 8:33-41). 4. A state of equilibrium between humans and the physical, biologic and social environment, compatible with full functional activity ( JM. Last, Public Health and Human Ecology, 2nd ed. Stamford, CT: Appleton and Lange, 1997)."
Ou seja, seria um estado completo de desenvolvimento físico, mental e de bem-estar social, sem estar relacionado à ausência de alguma doença/enfermidade. Seria um RECURSO para o cotidiano, e não um objetivo. A OMS define ainda como um estado de equilíbrio entre o homem e o ambiente físico, biológico e social.
Portanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, ter saúde não é sinônimo de não ter alguma doença. É saber equilibrar para ter condições de viver de acordo com o que a sociedade impõe como o certo. Na realidade, a ótica da saúde está relacionada ao aspecto positivo, preventivo, relacionado à sua promoção.
Agora, definamos o que seria saudável. O dicionário da língua portuguesa define saudável como:
sau.dá.vel
adj m+f (saudar+vel) 1 Bom ou conveniente para a saúde; higiênico, salubre. 2 Benéfico, útil. 3 Que dá alegria. 4 Que satisfaz a uma necessidade ou melhora uma situação.
adj m+f (saudar+vel) 1 Bom ou conveniente para a saúde; higiênico, salubre. 2 Benéfico, útil. 3 Que dá alegria. 4 Que satisfaz a uma necessidade ou melhora uma situação.
Apesar da definição biológica (higiênico, salubre), temos definições que vão de encontro ao estabelecido pela OMS como saudável, em seu aspecto mais amplo e mais sutil.
A dificuldade hoje em dia está na percepção das pessoas quanto a isso! Até na própria “área da saúde”, estamos lutando para modificar concepções e construções acadêmicas calcadas na formação biologicista, quando uma pessoa é vista apenas pela doença que possui. Porém, em um conceito mais amplo, devemos enxergá-la como um ser que está em constante transformação, e que possui problemas! E muitos! Será que a causa da sua doença pode estar relacionada aos seus problemas?! A psicologia apostaria nisso, na influência psicológica relacionada às causas de uma determinada doença. Não trata-se apenas de tratar/medicar/curar o indivíduo, sem escutá-lo! Hoje, a sociedade encontra-se tão sistematizada, mecanizada, que temos dificuldade de juntar todos os valores e concepções e levá-los a uma atmosfera que conjugue-os, mescle-os e melhore não só a assistência, mas os programas de PREVENÇÃO e de PROMOÇÃO da saúde e melhora da qualidade de vida. É por isso que nós, profissionais da área, devemos e estamos lutando, e é por isso que a sociedade deve também tomar poder deste conhecimento, afinal todos temos o direito ao conhecimento!
A construção de um hábito vai além do que acabei de me referir. Além do que precisamos saber, precisamos também querer mudar!
Recorrendo novamente ao dicionário, hábito lê-se como:
sm (lat habitu) 1 Inclinação por alguma ação, ou disposição de agir constantemente de certo modo, adquirida pela freqüente repetição de um ato. 2 Comportamento particular, costume. 3 Sociol Modo padronizado de pensar, sentir ou agir, adquirido e tornado em grande parte inconsciente e automático.
Das 8 definições, cito apenas estas 3, que nos interessam por ora. Neste momento, dou ênfase para a definição pela sociologia, como sendo um modo padronizado, adquirido e tornado inconsciente e automático. Por isso os hábitos são tão difíceis de serem modificados. Eles fazem parte do nosso modo de agir inconsciente.
Portanto, devemos ter em mente que a construção de hábitos mais saudáveis se faz através de dois processos: o de desconstrução de hábitos errôneos, e o de construção de hábitos “corretos”, mais saudáveis. Por isso a “aquisição” de hábitos saudáveis é tão demorado. As pessoas que chegam ao consultório pedindo dietas para emagrecer em pouquíssimo tempo, citando aliarem as dietas a exercícios físicos em demasia, podem até chegar ao seu objetivo, mas sem saúde! Nesta hora, é preciso paciência, tanto do “paciente” quanto do profissional.
Pus a palavra paciente entre aspas, pois acredito que nenhuma pessoa que procura um serviço de saúde pode ser vista como um indivíduo paciente. Paciente dá a ideia de passivo, não-crítico. E acredito que devamos enfatizar totalmente o oposto: indivíduos críticos, que queiram saber de tudo, que perguntem, que se interessem. Quanto maior o conhecimento, maior a adesão, pois o indivíduo não vê as “tarefas” (medicamentos, dietas, exercícios, etc.) como obrigações, e sim como meios de adquirir o objetivo desejado - a melhora da qualidade de vida!
Através desta curta publicação, espero tê-los ajudado a sanar alguns questionamentos pertinentes ao assunto, e tirado a curiosidade sobre uma nutricionista explanando sobre “hábitos saudáveis”! Espero a opinião de vocês!
Um grande beijo,
Patricia Carvalho
Gostei muito do se blog! Continue assim!
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